segunda-feira, 21 de abril de 2014

SITE GRATUITO PARA REGISTRO DOS ÍNDICES GLICÊMICOS

Desde que nosso filho foi diagnosticado diabético, há pouco mais de um ano, temos registrado num caderno todas as medições de glicemia e as dosagens de insulina tomadas. Achamos isso importante para ajudar no controle da taxa de açucar visando evitar problemas futuros.

Clique na imagem para ampliar


Recentemente descobrimos o site GLICEMIAS ON LINE, onde passamos a fazer os registros. É uma opção para que os dados fiquem armazenados de forma mais segura e também para que sejam gerados gráficos que ajudam a entender o comportamento do organismo na relação insulina x alimentação.




O site é GRATUITO e qualquer pessoa pode se cadastrar e usufruir de seus benefícios. Nele podem ser registrados os índices glicêmicos, as dosagens de insulina e quantidade de carboidratos consumidas em cada alimentação. Os dados geram gráficos e estatísticas que podem ajudar o médico endocrinologista no acompanhamento do diabético.

Esperamos que seja útil essa informação para as pessoas que lidam com a diabetes tipo 1.

Euclides Almeida
Ana Cláudia

domingo, 20 de abril de 2014

MEU FILHO TEM DIABETES... E AGORA???!!!


A notícia de que meu filho tinha desenvolvido diabetes tipo 1 foi um choque para toda a família. Para mim, em especial, foi algo difícil de acreditar e duro de aceitar. Porém, como sou otimista por natureza, não fiquei me lamentando. Me conformei e me conscientizei que precisaria entender bastante sobre a doença para ir à luta pelo meu filhão.

No início, a única coisa que nós sabíamos (eu e a mãe dele) é que não podia comer açucar e tinha que tomar insulina. Ao sair do hospital, saímos com recomendações do  nutricionista sobre a alimentação e da endocrinologista sobre como tomar insulina.

Como meu filho estava com organismo todo desregulado por conta do quadro de cetoacidose que o levou a ficar internado por cinco dias, tivemos que fazer dieta também para baixar colesterol e triglicerídes que estavam altíssimos. Em resumo, nada de gordura, nada de massa ou arroz sem ser integral e nada que contivesse açucar.

Nesse primeiro momento o sacrifício não foi feito somente por meu filho, mas por nós (os pais) também. Aderimos a manteiga Becel, o queijo branco, o arroz, o macarrão, pão e biscoitos integrais, adoçante, etc. Por sorte, nosso filho é muito maduro e responsável para uma criança de 12 anos (na época) e colaborou bastante.

A orientação da primeira endocrinologista dele era para ser feito um tratamento da maneira tradicional, como sempre a diabetes foi tratada (desde 1922, quando foi descoberta a insulina), com doses definidas de insulina para correção das taxas de glicemia acima de 180 e uma quantidade máxima de carboidratos a ser consumida em cada refeição.

(Somente um bom tempo depois é que conhecemos a INSULINOTERAPIA INTENSIVA, que deu muito mais liberdade à alimentação de nosso filho. Em outro post comento sobre isso)

Não foi fácil criar a rotina de furar o dedo várias vezes ao dia e ter que ficar aplicando insulina na barriga, na perna, no braço... foi algo doloroso fisicamente para meu filho e psicologicamente para eu e minha esposa. Isso sem falar nas altas despesas com as tiras de medir glicemia e os dois tipos de insulina (somente depois conseguimos ganhar esses insumos do governo).

E o medo da hipoglicemia? A médica não nos alertou direito sobre o perigo que ela representa. Fui saber melhor ao ler um texto do "Blog Minha Filha Diabética", onde uma mãe descreve em detalhes uma crise severa sofrida pela filha. Como não poderia deixar de ser, fiquei assustado e percebi que ainda precisava conhecer muita coisa sobre a doença de meu filho.

Em resumo, o começo é muito mais difícil, principalmente pela falta de conhecimento. Se você também é pai ou mãe de uma criança diabética e estiver passando por isso agora, estude e pesquise muito sobre a diabetes e tenha paciência que vai se acostumar. Dá trabalho, mas nada que pais que amam seu filho não consigam suportar.


sábado, 19 de abril de 2014

O DIAGNÓSTICO



Em janeiro de 2013, meu filho de 12 anos começou a apresentar uns sintomas estranhos que nos deixaram preocupados... ele que já era muito magrinho por conta de uma síndrome de má absorção alimentar, começou a perdeu ainda mais peso. Além disso, o que mais chamou atenção foi o fato dele ter ficado prostrado e desanimado, além de muita sede e fome.

E isso aconteceu justamente num momento em que estávamos levando ele a uma nova nutricionista (em mais uma de nossas inúmeras tentativas para fazê-lo ganhar peso). Foi muito estranho ver ele secando e demonstrando fraqueza física justamente no momento em que estava se alimentando melhor.

Fizemos uma bateria de exames para tentar descobrir o que estava acontecendo. Após uma pesquisa feita por minha esposa no Google sobre os sintomas que nosso filho estava sentindo e uma conversa com nossa vizinha que é enfermeira, caiu a ficha que poderia se tratar um caso de diabetes.

No mesmo momento, liguei para o laboratório para pedir que apressassem o resultado dos exames dele, pelo menos o da taxa de glicemia. Algumas horas depois, o laboratório nos ligou dizendo que o ideal seria repetir o exame pois o índice glicêmico tinha dado muito alto (424)... foi a notícia que faltava para corrermos em busca de atendimento médico de emergência.

Ao chegarmos no hospital, foi feito um teste rápido de glicemia onde foi ratificada a hiperglicemia. A médica foi taxativa: "ele tem diabetes". Ainda questionei se seria um diagnóstico definitivo ou poderia ser algo momentâneo por algum motivo, mas ela respondeu que taxa acima de 200, em qualquer situação já é considerado diabetes.

Como não poderia deixar de ser, nosso filho foi internado imediatamente com quadro de cetoacidose, com risco até mesmo de precisar ir para UTI (o que graças à Deus não aconteceu!!!). A situação foi tão séria que os outros exames também apontaram taxas completamente anormais por conta da crise de hiperglicemia: o Colesterol Total chegou a 379mg/DL o (o desejável é menos de 150mg/DL) e o Triglicerídeos deu 1.262mg/DL (o desejável é menor do que 100mg/DL).

Ficamos abatidos e preocupados, mas um pouco mais tranquilos porque o problema tinha sido identificado e ele teria os devidos cuidados médicos... a internação durou cinco dias e o quadro foi completamente revertido. Após sermos orientados sobre como aplicar insulina voltamos para casa para enfrentar uma nova realidade.

Para dar uma ideia de como ficou nosso filho chegou a ficar, ele, que já era bem magro, perdeu ainda mais peso e chegou a ficar com 19 kg. Vale lembrar que ele tinha 12 anos e media 1,43m. Com apenas um mês e meio depois, ele ganhou sete quilos, voltando a ter a aparência normal.

No próximo post, falarei sobre os primeiros dias após o diagnóstico... as dúvidas, a tristeza e a superação.


CRIAÇÃO DO BLOG


Temos um filho que, em janeiro de 2013, aos 12 anos, foi diagnosticado portador de diabetes tipo 1. A notícia no começo foi como uma bomba na família, afinal não conhecíamos (eu e a mãe dele) praticamente nada sobre a doença.

Por nunca ter tido contato algum com pessoas portadoras de diabetes tipo 1, éramos completamente ignorantes sobre o assunto e apenas vinha a ideia de que nosso filho nunca mais poderia comer nada que contivesse açucar. Outro mito que nos pertubou muito no começo foi o de que uma criança diabética não vivia muito tempo e mal chegava à fase adulta.

Pensando na saúde de nosso filho, procuramos nos informar muito sobre o tema e vimos que era algo possível de enfrentar. Com controle, a pessoa pode ter uma vida praticamente normal com a única diferença de ter que fazer medições de glicemia e tomar insulina.

Pois bem, mesmo em pouco mais de um ano, já temos bastante experiências vividas para compartilhar e até ajudar outras pessoas que convivem com o mesmo problema. Iremos contar como foi difícil no começo, as dificuldades para saber tratar a doença corretamente, como conseguir receber gratuitamente os insumos para o tratamento e como conhecemos a INSULINOTERAPIA INTENSIVA, tratamento que deu muito mais qualidade de vida ao nosso filho.

Além de passar nossa experiência, esperamos também aprender bastante com a troca de informações e interatividade que um blog possibilita.

Esperamos que acompanhem o blog e participem fazendo comentários, sugestões e críticas.

Euclides Almeida e Ana Cláudia